domingo, 25 de outubro de 2009

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Uma das grandes vantagens do abstrato é justamente possibilitar ao observador o poder de viajar na tela, reinventar o quadro que o artista nos apresente. Não vou tirar-lhes esse prazer (que é qualidade na pintura de Orlando Guerreiro) fazendo literatura. Endosso apenas a exposição, no que ela tem como valor positivo a temática, a cor e a garra do artista.
MÁRIO GARCIA – Gullén
Membro dos críticos de Arte APCA e Adido Cultural da Espanha em São Paulo



A OBRA
O encontro com a arte de Orlando Guerreiro fica marcado pelo fascismo e o estimulo. É fascinante por seu aspecto plástico mais puro, o cromático com o qual ele trabalha, conseguindo caminhar com naturalmente dos tons mais contidos e profundos, aos mais claros e dinâmicos. É todo um encontro de formas, que ele dispõe com extrema habilidade em espaços que não chegaram a requerer as grandes dimensões, ao contrário, ficam esplêndidas nos limites mais estreitos.
O estimulante é justamente caminhar por essas formas e esse cromático, encontrar figuras-imagens que ele dispõe, sempre num sentido ligado umbilicalmente à realidade, num olhar à volta para registrar esse cotidiano, onde não faltam toques habilidosos e harmônicos de humor. Essas imagens que nos sugerem sempre o homem urbano, podem ganhar dimensões mais amplas de um quase abstrato da obra aberta, para se completar em quem vê.
A isso acrescenta-se a maestria de Orlando Guerreiro, um artista jovem de idade, mas de profundo domínio técnico que se permite a liberdade de aliar num mesmo trabalho diferentes materiais, com a ousadia de quem sabe por onde caminhar e os objetivos à atingir. Sem dúvida alguma Orlando está na maturidade do fazer, tendo a seu favor ainda todo um horizonte de descobertas temáticas, de visão dos que não estão nunca acomodados.
Acima de tudo, a pintura-desenho de Orlando Guerreiro tem um profundo sentido de contemporaneidade, do homem que está firme no presente e, por isso, pode manipular todos os signos da comunicação atual, e dirige a sua mensagem para um futuro amplo, no qual ele acredita e nos leva a acreditar também, tanto no homem como no artista que ele é.
Some-se a isso a pessoa gente que é Orlando Guerreiro, um outro universo a descobrir, claro que profundamente ligado com esse plástico, e que se completam os dois. Ambos, homem-arte, fincados no presente e com raízes no futuro.

ROBERTO PERES
(Editor de arte do jornal CIDADE DE SANTOS)

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